segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Please, Don't Jump !

Depois de mais um ensaio exaustivo Nao subiu ao terraço da PSC para respirar um pouco de ar puro, e fugir das piadas de Hiroto, mas ao chegar lá uma cena incrível, e assustadora, se mostrou aos seus olhos.

Kai estava em pé no beiral do prédio e olhava pra baixo, mas o modo com estava não se parecia com o de alguém curioso olhando pra vista da cidade de cima, parecia mais com o de um suicida. Aquilo o assustou, sabia que o moreninho andava meio deprimido por causa do seu rompimento com Miyavi, não era segredo pra ninguém da gravadora que ambos tinham um caso, mas a notícia de que o cantor iria se casar com a modelo pegou a todos de surpresa.

Nos dias que se subseguiram ao término do namoro Yutaka se mostrou cada vez mais abatido, não dava mais aqueles sorrisos capazes de animar a todos a sua volta, estava introspectivo. E mesmo agora, um mês depois de tudo, ainda se encontrava do mesmo jeito, quieto, mais magro e, o que deixava Nao mais angustiado, triste.

On top of the roof

(Em cima do telhado)
The air is so cold and so calm

(O ar é tão frio e tão calmo)
I say your name in silence

(Eu digo seu nome em silêncio)
You don't want to hear it right now
(Mas você não quer ouvi-lo agora)



Quando terminou de fazer essa pequena reflexão viu o moreno dar um meio passo pra frente, como se fosse pular. Aquilo o desesperou de tal modo que, contrariando o que seria mais sensato, berrou.

__ Kai !

__ O que você está fazendo ?? Desça daí !

__ Por que ? – a voz triste e abafada de Uke se faz ouvir. __ Por que devo descer ? Já não tenho mais nada que me importe, a única pessoa que me fazia feliz me desprezou, não há mais nada que me prenda.

__ V-você tem seus amigos, tem a todos da PSC, eles não contam ?? – indaga Nao desesperado, se aproximando aos poucos do maior.

__ Não sei se realmente os tenho, venho agindo de modo tão diferente... acho que nem eles me agüentam mais. – Kai responde com a voz embargada, olhando pra baixo de novo.

The eyes of the city

(Os olhos da cidade)
Are counting the tears falling down

(Estão contando as lágrimas que caem)
Each one a promise of everything

(Cada lágrima é uma promessa de tudo)
You never found

(Que você nunca saberá)

__ Isso não é verdade !! Vocês são praticamente uma família, tem muitas bandas que têm inveja da união de vocês !! – diz Nao com a voz mais suave, tentando assim não assustar o outro com sua aproximação.

__ Até as famílias mais unidas um dia se dissolvem, já chegou a hora dessa também. – responde Kai.

__ Mentira !! Elas não se dissolvem... apenas aumentam, juntam-se a outra e criam uma nova, que será mais unida ainda que a primeira. – Nao fala com certa tristeza.

__ Mesmo que isso possa acontecer, essa está fadada ao seu fim, ele apenas chegou mais cedo. – Yutaka fala sem olhar para o outro baterista, mas nota seu tom de voz.

I scream into the night for you

(Eu grito durante a noite por você)
Don't make it true

(Não torne isso real)
Don't jump

(Não pule)
The lights will not guide you through

(As luzes não vão te guiar)
They're deceiving you

(elas estão enganando você)
Don't jump

(Não pule)
Don't let memories GO

(Não deixe as lembranças irem embora)
Of me and you

(De mim e de você)
The world is down there

(O mundo está lá embaixo)
Out of view

(Fora de vista)
Please don't jump

(Por favor, não pule !)

__ Não !! Isso pode mudar ! Kai, por favor... não faça isso, eu te peço. – Murai já estava quase chorando aquela altura, ele sempre amou o outro baterista, mas manteve-se quieto, pois esse namorava.

Quando soube do rompimento entre os dois ‘mais carismáticos’ da gravadora, ficou triste por Uke, mas também ficou feliz, pois se esperasse o tempo certo, talvez, tivesse uma chance com o maior. Sentiu-se um egoísta naquela hora, mas o que realmente queria era confortar o outro, mostrar que a vida ainda tinha muitas cores que ele ainda não conhecia.

Por isso toda a essa situação que estava vivendo o desesperava, a sensação de que, talvez, não conseguisse impedir o baterista era enorme, mas ele era decidido. Não se renderia por nada, faria todo o possível para tirar o maior daquele poço de auto-piedade em que havia caído.

You open your eyes

(Você abre seus olhos)
But you can't remember what for

(Mas não consegue lembrar porque)
The snow falls quietly

(A neve cai lentamente)
You just can't feel it no more

(Você apenas não a sente mais)

Somewhere up there

(Em algum lugar lá em cima)
You lost yourself in your pain

(Você se perdeu na sua própria dor)
You dream of the end

(Você sonha com o fim)
To start all over again

(Pra começar tudo de novo)



__ Por quê ? – a voz de Kai interrompe a divagação de Naoyuki.__ Por que quer tanto me impedir ? Tem medo do que os outros vão pensar se souberem que você foi o ultimo a ver e acharem que você não fez nada ? – pergunta com um sorriso triste.

__ Não... na verdade isso pouco me importaria.

A resposta pega Yutaka completamente de surpresa, fazendo-o virar-se de frente para o outro, finalmente lhe olhando face a face, vendo o menor quase a chorar.

__ Então por quê ?

__ Por quê ? Porque eu te amo, sempre te amei, mas não podia te dizer... você estava sempre sorrindo, tão feliz junto ao Miyavi, que eu me sentia mal por nutrir esse sentimento por você, tentei de todas as formas te esquecer, até mesmo comecei a sair com o Saga, mas tanto ele como eu sabíamos que aquilo não daria em nada, por isso terminamos, por isso mesmo quando você veio e disse que sentia muito por termos terminado eu lhe dei aquele sorriso.

__ Nao...

I don't know how long

(Eu não sei por quanto tempo)
I can hold you so strong

(Eu posso te segurar tão forte)
I don't know how long

(Eu não sei por quanto tempo)

Just take my hand

(Apenas pegue minha mão)
I'll gave you the chance

(Eu vou te dar uma chance)
Don't jump

(Não pule)



__ Kai, por favor desce... me deixa tentar te fazer feliz, me dê uma chance de te mostrar o quanto a vida pode ser bela, se dê uma chance de ser feliz novamente ! – Nao praticamente grita a última parte.

__ Nao. – a essa altura Yutaka estava em completo choque, nunca imaginou que o outro sentisse um amor tão grande por ele, mas mesmo que as palavras do menor fizessem sentido e fossem confortadoras, ele lembrou-se de todas as vezes que estiveram juntos e que ele saía e abraçava o cantor, quando este passava. Aquilo provavelmente sempre deve ter deixado o pequeno triste.

__ Mesmo que eu me desse uma chance o que garantiria que eu, ou até mesmo você, não agiríamos como Ishihara ? Não seria justo nem comigo nem com você, seria ainda mais injusto com você. – Kai disse com lágrimas nos olhos, um sorriso triste e mais um meio passo pra trás.

__ Kai pára ! – grita Murai ao ver o moreno ir mais um pouco pra trás.__ Eu já disse me dê uma chance, a vida pode ser complicada, não digo que não vamos ter nossas brigas, que não vamos ter complicações, mas a graça está nisso... em superar cada um dos obstáculos. O amor é assim, confuso, difícil de entender e ao mesmo tempo... a coisa mais bela e simples do mundo.

__ Nao... você está mesmo disposto ? Mesmo que em todo esse tempo eu tenha sempre te largado falando quando o... bem quando ele passava ? – pergunta Uke com a voz tremida.

__ Sim eu estou, eu te amo Kai, entenda isso, e quando se ama de verdade se supera todos os problemas. Deixa eu te fazer feliz, me deixe te mostrar o meu amor Kai, não, Uke Yutaka, o homem que eu amo ! – e dizendo isso Naoyuki segura no pulso de Yutaka e o puxa pra baixo, o abraçando como se este fosse fugir.

Kai depois de toda a tensão, de todas as emoções que sentiu, se entrega a um choro copioso e doloroso, retribuindo o abraço do menor, sentindo a suave carícia que lhe era feita nos cabelos. Quando se viu mais calmo olho nos olhos do outro baterista, vendo ali, diferente de antes, um brilho de alegria, sentiu os lábios do outro fazendo uma leve pressão sobre os seus, não passando de um doce selinho, mas que já era o bastante pra Yutaka sentir um pouco do amor do pequeno.

Abraçou Murai com força, tentando mostrar o quanto tudo era confuso e ao mesmo tempo agradável para si. Decidiu que não voltaria para o ensaio da tarde, iria pra casa, tomar um banho e deixar-se ser mimado por Nao, isso se ele aceitasse, é claro.

__ Nao... etto... você poderia ir lá em casa ? Digo... etto você ainda tem ensaio né ? Gomen... – se embaralha com as palavras.

__ Você acha mesmo que eu vou deixá-lo sozinho ? Nós temos muito que conversar, quero te conhecer melhor, saber de sua manias, suas preferências... em resumo conhecer o Kai que eu não conheço. – responde Nao depois de dar um leve beijo na testa de Yutaka, e segurando sua mão se encaminha para a porta de saída.

Don't jump

(Não pule !)
And if all that can't hold you back

(E se nada puder te fazer voltar atrás)
I'll jump for you

(Eu pulo por você !)

__ Posso te fazer uma pergunta ? – pede Kai com a voz baixa, mas uma expressão intrigada.

__ Claro.

__ Por que aquela hora você disse que pouco lhe importaria o que os outros pensariam se soubessem você foi a ultima pessoa a me ver vivo ?

__ Ah, isso ? Você é minha razão de viver... se você pulasse, eu com certeza pularia em seguida. – responde Murai com um olhar sério, segurando com força a mão de Kai.

Kai fica surpreso com a resposta direta, porém nota no olhar do menor toda a seriedade daquela afirmação, e pela primeira vez em muito tempo é possível ver em seu rosto um singelo sorriso.

A vida realmente era uma caixa de surpresas, pois quando resolveu desistir dela, ela lhe deu razões de sobra pra continuar a viver, para que pudesse ver que ainda havia coisas que não conhecia... e cada uma dessas coisas faria questão de descobrir ao lado da pessoa que lhe mostrou que ainda havia muitas cores a conhecer, que ele ainda tinha chance de ser feliz de novo.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Peccato, parte II

Agiu rápido quando notou a intenção do mais velho, ainda não era hora para aquilo, queria ‘brincar’ mais um pouco. Fê-lo sentar-se e, ainda segurando os pulsos de Kippei, curvou-se para frente deixando sua boca rente à orelha daquele, sussurrando logo em seguida:

__ Ah-ah, quietinho. Crianças malcriadas não ganham presente! Essas crianças ganham punição e você... –lambe e depois morde de leve o lóbulo do outro__ não quer ser punido, quer? –e beija a área atrás da orelha, sorrindo com o gemido prazeroso que Kippei soltou.

Perdeu a fala quando percebeu Aya curvar-se em sua direção, aspirou extasiado o perfume que vinha dele, mas prendeu a respiração ao ouvi-lo falar próximo à sua orelha, aquele simples ato aumentando seu desejo. Quando conseguiu compreender o que o chibi tinha lhe dito sentiu seu membro pulsar mais e um alerta ser disparado em sua mente para que dissesse ‘não’.

__ N-não, não quero ser punido. –fala com a voz falha de puro desejo.

__ Bom menino. –sussurra se afastando do maior, uma idéia lhe passando na cabeça.

Aproveitando-se que ainda prendia o outro o empurrou contra a cama, fazendo-o deitar-se. Ajoelhou-se sobre Kippei, deixando uma perna de cada lado e, sem cerimônia, sentou-se sobre o baixo ventre daquele, fazendo com que ambos deixassem um longo gemido de prazer escapar.

Devagar começou a se remexer sobre o mais velho, ondulando seu quadril a fim de provocá-lo mais, aumentando o desejo de ambos. Ergueu os pulsos do outro sobre a cabeça deste, curvando-se sobre ele logo em seguida, começando a beijar-lhe o pescoço, deixando Kippei ofegante enquanto soltava mais e mais gemidos a cada vez que rebolava sobre o membro daquele.

Estava adorando ter o maior tão submisso a si, mas já estava desejando um pouco mais de ‘ação’ por parte deste, por isso subiu seus beijos de volta à orelha de Kippei e sussurrou provocativo:

__ Se você continuar assim tão ‘doce’ eu vou achar que o uke aqui é você. –morde o lóbulo do outro enquanto solta os pulsos daquele.

Havia se transformado em um poço de gemidos e ofegos com aquelas atitudes de Aya, tinha que admitir que o pequeno sabia bem como seduzir alguém. Suas palavras e ações o tornavam o pior e o melhor sonho de qualquer ser humano! Como alguém com aquela carinha de inocente podia ser tão sedutor?

Aquela boca que há alguns instantes estava em seu pescoço agora estava novamente rente a sua orelha, sussurrando de modo sensual. Demorou um pouco para captar o sentido do que o chibi disse, mas assim que o conseguiu e viu-se livre não esperou nada para agir.

Num movimento ágil segurou Ayame pela cintura e o deitou na cama, invertendo suas posições. Sem hesitar foi direto àquela boca suculenta, colando seus lábios e roubando-lhe um beijo faminto e necessitado. Explorava cada cantinho da boca de Aya, queria gravar cada parte e aquele gosto sublime que sentia! Uma de suas mãos passeava pela coxa do menor enquanto a outra descia pelo peito daquele, arranhando-o e fazendo o mais novo gemer em meio ao beijo.

Separaram-se, mas apenas por falta de ar. Kippei ergueu-se para ver o ‘estrago’ que havia feito no chibi, tendo uma visão maravilhosa. O rosto corado, os lábios inchados pelo beijo, o peito que subia rapidamente e exibia as marcas de suas unhas, tudo compunha o que poderia, sem exageros, ser chamado de obra de arte!!

Curvou-se novamente por sobre o mais novo, dessa vez tendo como objetivo o pescoço alvo e delicado que se mostrava a seus olhos. Começou com beijos delicados pela região, mas logo intensificou para pequenas mordidas e sugadas que com certeza ficariam bem marcadas no dia seguinte, e que arrancavam gemidos languidos de Aya.

Sem a menor pressa foi descendo até chegar a altura de um dos mamilos do menor, circulando-o com a língua para depois prendê-lo com os dentes e puxá-lo levemente, sendo agraciado por um gemido estrangulado e uma mão que pousou em sua nuca e puxou seu cabelo com alguma força, o arrepiando.

Satisfeito com o ‘dano’ que havia feito naquele mamilo dirigiu-se ao outro, dessa vez tendo como ‘recompensa’ um grito de prazer e um leve ondular de quadril, o que o fez lembrar-se de seu próprio membro que latejava dentro daquela calça apertada.

Saiu de cima do chibi, ouviu um claro muxoxo de reclamação, sorriu com aquilo. Não tinha a mesma paciência de Ayame, por isso assim que ficou de pé foi logo tirando a camiseta e o tênis, porém assim que fez menção de levar as mãos ao botão e zíper da calça sentiu que a mesma já estava sendo aberta.

Olhando para baixo viu que Aya havia se sentado na beira da cama e estava abrindo sua calça, um sorriso altamente safado brincando naqueles belos lábios. Terminada a tarefa Kippei deixou a peça ir ao chão soltando um audível suspiro de alivio, ouvindo o chibi rir debochado por causa disso.

Querendo ‘vingança’ empurrou o pequeno de volta na cama puxando-o mais para cima e deitando-se sobre ele, logo atacando novamente aquela boca pecaminosa, roubando-lhe um beijo enquanto suas mãos passeavam pelo corpo sob si, parando nas coxas firmes e as apertando sem nenhum pudor.

Não gostava de ser subjugado, mas tinha que admitir que estava adorando daquele tratamento. O único problema era que Kippei estava demorando demais pra chegar aos ‘finalmente’! Admitia que parte da culpa pela demora era sua, mas se o outro estava tão necessitado quanto ele por que demorava?

Aproveitando-se que o moreno havia apartado o beijo e que ainda estava sobre si, se move, conseguindo ficar por cima novamente. Sem hesitar um segundo sequer, desce indo diretamente ao membro, ainda oculto pela boxer, do maior, o beijando e acariciando sem pudor.

Sem muita pressa começa a puxar para baixo àquela peça que ainda cobria aquilo que tanto almejava tocar (e que com certeza lhe daria muito prazer!). Quando termina de tirar a boxer que Kippei usava pára um instante olhando para o que tinha diante de si, logo em seguida passa calmamente a ponta dos dedos pelo membro a sua frente, arrancando suspiros e recebendo um olhar suplicante do outro.

Resolveu que, uma vez na vida, não seria sádico (demais) e envolveu completamente o falo à sua frente, iniciando uma lenta massagem. Ao mesmo tempo em que bombeava o mais velho com uma mão, com a outra começou a abaixar sua própria roupa intima, pois não podia negar que também necessitava de alívio.

Havia se arrepiado completamente com o olhar luxurioso de Aya ao seu membro e senti-lo o tocando estava sendo maravilhoso. Estava de olhos fechados e numa pausa que fez para respirar (ou tentar), ouviu um claro gemido de prazer ser solto pelo chibi, olhando viu que o mesmo se encontrava totalmente nu e ajoelhado sobre suas coxas e que se tocava ao mesmo passo que fazia consigo.

Aquela visão altamente pecadora só fez aumentar seu desejo em sentir-se dentro do pequeno e, num impulso, sentou-se abraçando o outro pela cintura, o puxando mais para si, fazendo assim ambos gemerem em uníssono ao terem seus corpos colados e suas ereções se tocando de forma deliciosa.

Beijou Aya com sofreguidão sentindo-o corresponder com a mesma intensidade, as mãos do mais novo saíram de onde estavam e foram parar em suas costas, o arranhando prazerosamente. Assim que separaram os lábios Kippei ergueu sua mão e encostou três dedos nos lábios, inchados, do outro num pedido que não poderia ser mais claro.

Viu o chibi abrir a boca calmamente e, segurando sua mão, passar a língua por seus dedos de forma provocante. Ficou um instante admirando a cena quando teve que, subitamente, fechar os olhos. Aya havia ondulado seu quadril sobre seu membro e isso causou um prazer tão grande em si que numa atitude desesperada retirou rapidamente seus dedos da boca do pequeno e o fez ficar de quatro sobre a cama.

Queria sentir logo o moreno dentro de si, por isso resolveu provocá-lo, só não esperava que ele fosse reagir tão desesperadamente. Antes que conseguisse entender o que acontecia, viu-se de quatro na cama e um dedo a fazer-lhe pressão, entrando em si aos poucos.

Não doía, apenas era estranho. Sentiu o mais velho mover-se com cautela, provocando uma sensação indescritível. Logo um segundo dedo juntou-se ao primeiro, aquilo incomodou, mas ao mesmo tempo o excitou mais. Kippei estava indo devagar demais para alguém que instantes atrás estava tão desesperado. Aquilo o irritou levemente, mas ao sentir o outro tocar-lhe mais fundo não conseguiu conter um grito de prazer.

__ Aaaah... m-mais... f-faz d-de novo. –e se empurrava contra os dedos do outro.

Surpreendeu-se com o grito que Aya deu, mas entendendo do que se tratava e ouvindo aquela criatura arrogante gemendo, suplicante, por mais se sentiu no ‘dever’ de atender seu pedido.

Iniciou, então, um rápido vai-vem com os dedos, arrancando gemidos cada vez mais altos do chibi. Não resistiu ao impulso de acrescentar logo mais um dedo, viu Aya fazer uma careta de dor e parou, porém o que recebeu por seu ato foi um olhar raivoso do pequeno.

__ Continue. –diz o olhando irritado.

Continuou e notou que além de sádico o outro também era masoquista, aquilo o atiçou bastante. Concluindo que já havia preparado bem o mais novo retirou seus dedos, recebendo outro olhar raivoso, mas que logo se tornou safado quando Aya reparou em qual era sua intenção.

Segurou seu membro e o guiou a entrada do chibi, entrou todo de uma única vez fazendo, assim, o outro soltar um grito alto de dor e apertar o lençol da cama com força. Kippei também soltou um grito, só que de prazer, Aya era muito apertado, e a sensação de ter-se sendo pressionado daquele jeito quase o levava a insanidade.

Sentir o mais velho entrando daquele jeito em si, o fez achar que estava se partindo ao meio, tamanha era a dor. Porém, algo que logo notou é que aquilo também o havia deixado mais excitado, será que tinha descoberto um lado masoquista seu que não conhecia?

Não teve muito tempo para pensar nisso, pois logo sentiu o moreno começar a sair de si e retornar com força, o fazendo gemer de dor e de prazer. Sentia o maior começar um vai-vem lento, mas forte, que rapidamente se transformou em rápido e profundo.

Nunca havia sentido tanto prazer na vida! As estocadas cada vez mais rápidas do outro o estavam levando a loucura! Pensou em tocar-se, estava precisando de alivio, mas antes que o fizesse sentiu a mão de Kippei sobre seu membro, o massageando com a mesma rapidez que o penetrava.

__ Aaanh... como você é... aaanh apertado. –e se insinuou mais fundo no pequeno, ouvindo um urro de prazer ser dado por aquele. Percebendo que havia achado o ‘ponto fraco’ de Aya passa a ‘focar-se’ ali.

Sentia que cada vez que tocava no ‘ponto fraco’ do pequeno ele pressionava mais seu membro, o fazendo ir cada vez mais forte e rápido, se é que ainda fosse possível.

__ Aaanh... isso... huummm... assim mesmo. –sentia que a qualquer momento iria gozar na mão habilidosa do mais velho. Sentia-se cada vez mais quente e as ondas de prazer que perpassavam seu corpo apenas aumentavam.

__ Aaahn.. e-eu vou.... –e em meio a um gemido languido se desfez na mão de Kippei, seu corpo sendo arrebatado por um intenso orgasmo.

Sentir Aya contrair-se em torno de seu membro daquele jeito o deliciou e, querendo aproveitar mais a sensação, colocou as duas mãos na cintura do chibi o estocando freneticamente até que, numa estocada mais firme, gozou dentro do outro. Continuou ali curtindo o orgasmo mais um pouco até que se sentiu de volta ao ‘normal’, saiu de dentro do pequeno, deitando-se esparramado na cama.

Assim que o maior saiu de si levantou-se a caça de suas roupas. Sentia-se dolorido e tinha a impressão de nem iria querer ouvir a palavra ‘sentar’ no dia seguinte. Após terminar de se vestir olhou novamente para a cama, vendo o mais velho do mesmo jeito de antes.

“Ele realmente é bonito e não me decepcionou nem um pouco! Tenho que admitir, apesar de não querer, que o Kao-nii tem razão, ‘estar’ com um homem é realmente ótimo!!” pensa Ayame e se vira para ir embora.

Só agora reparando que o chibi já estava vestido e pronto para sair, Kippei reage e se senta olhando quase desesperado para o outro e o chama.

__ Espere! Etto... qual o seu nome? –pergunta hesitante, sentia-se ingênuo, pois sabia que o pequeno podia mentir e mesmo assim não conseguiu se conter.

__ Ayame.

__ Hã?! –se surpreende.

__ Meu nome. Chamo-me Ayame, mas prefiro ser chamado de Aya. E o seu qual é? –fala calmamente e sorrindo.

__Kippei. –responde corado.

__ Kippei? –o chama com a mão no rosto do moreno.

__H-hai. –e olha nos olhos de Aya.

__ Foi um prazer te conhecer. –dá um selinho no maior e vai embora, estava exausto e agora só queria um bom banho e sua adorada cama.

“Ayame, você surgiu do nada e foi embora do mesmo jeito! Mesmo assim espero reencontrá-lo um dia!!” pensa meio melancólico e começa a se vestir, tinha aula no dia seguinte e tudo que queria era dormir, apesar de saber que, com certeza, sonharia com aquela criatura que tanto o fascinara.

terça-feira, 30 de junho de 2009

Peccato, parte I


Peccato

Caminhava calmamente pelas ruas vazias. Estava pensativo e extremamente irritado.

“É sempre assim! Quando tenho um dia relativamente bom e tranqüilo meu irmão aparece pra estragar!! Saco, ele age como se não fosse pior do que eu! Que culpa eu tenho se aquele bando de imbecis com quem convivo na escola têm a mente fechada!!! Eu não vou ficar quieto ouvindo desaforo por causa dessa tradição inútil (e idiota!)! Não vou mesmo!!” pensava chutando uma pedra no caminho.

“Droga! Devia ter posto uma blusa!! Que frio!!!” e passa as mãos pelos braços descobertos, tremendo levemente. Estava usando uma camiseta sem mangas, que tinha um capuz, era toda estampada com palavras com glitter; uma saia xadrez em preto e vermelho, que ia até o meio das coxas e nos pés um all star preto com estampa de caveiras brancas. Os cabelos prateados estavam numa trança nas costas com uma mecha solta de cada lado, nos lábios um brilho leve e no pescoço sua tradicional gargantilha preta, justa, com um pingente de coração em prata.

Qualquer um que o visse, sem exceções, diria que era uma bela garota, e todos (sem exceções!) estariam errados!! Ayame era um garoto de 13 anos, mas sua androginia e as roupas que era obrigado a usar, o faziam parecer uma menina sem seios.

Já estava acostumado a ser confundido, porém sempre que ouvia alguém fazer alguma piadinha ou o xingar, perdia o controle e se não acabasse com a pessoal moralmente pode ter certeza de que seria fisicamente.

Isso lhe rendia constantes idas à sala do diretor e, infelizmente, freqüentes visitas do seu irmão, que sempre vinha com aquele papo de superioridade e coisa e tal, que (é claro) entrava por um ouvido e saía pelo outro.

Continuou caminhando, decidido a passar a noite fora, até que ouviu passos atrás de si e alguém soltar aquele típico assobio que se dá a uma mulher bonita. Inspirou profundamente, aquele realmente não era seu dia!

__ O que uma gatinha como você faz andando sozinha por aqui? –(1)¹
__ É... não sabe que é perigoso andar aqui essa hora? –(2)¹
__ Você deu sorte de nos encontrar, sabia? –(3)
__ Isso mesmo! Vem, a gente te escolta até em casa. –(1) e passa o braço pela cintura de Aya.
__ Não precisa, muito obrigadO! –fala segurando a enxurrada de palavrões que estavam na ponta da língua e belisca a mão que o agarrava.

__ Calma gata! A gente não vai fazer ‘nada de mais’ contigo, gostosinha. –(2) diz indo segurar uma mão do baixinho, mas sendo impedido por um tapa na cara.

__ Hey! A gente ‘tava pensando em ‘pega leve’ contigo por ter cara de novinha, mas já que é assim ‘vamo f**** você! Tu nunca mais vai querer sair de casa sua vadia! –(1) e tenta agarrar Aya de frente, porém antes que conseguisse recebeu um soco em cheio no nariz caindo no chão.

__ Ora sua puta! –(2) e segura o chibi por trás, mas logo o solta graças a uma cotovelada recebida nas costelas se afastando ofegante.

__ Rapazes, rapazes! Não têm vergonha de apanhar de uma criança?! Ainda por cima um garoto de saia?! –Aya fala e começa a rir sarcasticamente.

__ “Um garoto”? Tu é homem? –(3) finalmente se manifesta após ver seus companheiros apanharem.

__ Isso mesmo! Menino, garoto, homem, macho, como preferir! –fala rindo debochado e avaliando o cara a sua frente.

Era um jovem de traços simples, pele clara, os cabelos negros compridos num corte que o deixava sexy (na visão de Aya), olhos castanho-claro. Usava uma calça jeans simples, uma camiseta de alguma banda de rock que ele não conhecia e um all star preto surrado. Algo nele chamou a atenção do pequeno, mas nem o mesmo sabia o que era ou por quê.

“Se não fosse tão imbecil de andar com esses ai, talvez fosse legal de conversa” pensa analítico. “Hum... parece que apesar do que viu e ouviu ainda tá excitado, como pode?! Se bem que... até que ele é bonito! E eu admito que sempre tive curiosidade de saber se ‘estar’ com outro homem é tão bom assim! O Kao-nii² sempre fala com a Mei-nee-chan² que é ótimo! Bem a melhor forma de descobrir isso é na pratica!!” se decidi e dando as costas aos dois que havia batido, voltando pelo caminho que veio. Quando passa perto daquele que lhe chamou atenção fala para que apenas ele o ouça:

__ Você parece mais inteligente que esses ai, então que tal me encontrar naquela casa abandonada que tem aqui perto? Mas não demore, não sou uma pessoa paciente!! –e se afasta sorrindo, como se nada tivesse acontecido.


__ Moleque filho da p***! ‘Vamo atrás dele chefe? –(2) diz segurando as costelas.
__ Não! Ele é baixinho, mas é forte, alem do que se é homem nem vale a pena. Tenho alergia a viado! –(1) se levanta e continua tentando estancar o sangramento do nariz.
__ Certo... e por que será que ele não bateu em ti Kippei³? –(2) olha o outro curioso.
__ Acho que foi porque eu não avancei nele, sei lá. –diz meio distraído, ainda processava o que o baixinho tinha lhe dito.
__ Merda! Isso não pára! –(1) fala segurando a gola da camisa contra o nariz.__ Eu vou embora! –e sai caminhando.
__ Eu também ‘vô pra casa! ‘Té amanhã! –(2) diz e atravessa a rua, ainda apertando as costelas, xingando o ‘viado’ de todos os nomes que conhecia.

Kippei após mais alguns segundos pensando decide ir atrás do mais novo. Ainda não compreendia de todo o que aquele havia dito, ou melhor, compreendia, mas não acreditava que fosse realmente isso.

Caminhou rápido até o local que o outro havia lhe dito, encontrando a porta dos fundos aberta, entrou e a fechou logo em seguida. Foi caminhando, hesitante, com as mãos esticadas a frente do corpo, tateando tudo, pois não enxergava nada. Estava com os sentidos aguçados, atento ao menor ruído. Andou as cegas até chegar a uma escada, parando ali e pensando se deveria subir até que ouve passos no andar superior. Um pouco menos ‘arisco’ começa a subir lentamente, tomando cuidado para não pisar em falso e cair.

Ao chegar ao topo da escada se vê em um corredor cheio de portas, suspira exasperado só de imaginar ter que olhar uma por uma. No entanto, para sua imensa felicidade, percebeu que uma estava entreaberta e viu uma sombra passar por baixo dela, como se alguém caminhasse ali. Confiante foi até ela, abrindo-a de supetão.

__ Você demorou!! –uma voz melodiosa e irritada chega até seus ouvidos, o fazendo olhar na direção de onde vinha.

Ali parado próximo a janela, estava a mesma criatura que havia lhe fascinado mais cedo. A luz do luar, que entrava pelos vidros sujos, aumentando mais aquela aura misteriosa que havia em torno daquele ser, o impedindo de desviar o olhar, hipnotizado.

O olhar de altivez e o sorriso, levemente debochado, que o pequeno exibia lhe enviavam deliciosos arrepios pela espinha, imaginando como seria ter o outro sob si, aquela boca suculenta aberta tentando puxar mais o ar e aqueles olhos azuis escurecidos pelo desejo e pela luxúria.
Já não tinha mais dúvidas de que era isso que aquele queria, a julgar não só pelo olhar avaliativo que havia recebido antes como também pela cama naquele quarto, que parecia ter sido arrumada recentemente.

__ Foi mal, mas eu tive que despistar os outros! –responde indo na direção de Aya.
__ Hum... sei. –fala e vendo que o outro vinha em sua direção faz um gesto claro para que se sente na cama.

Não gostou muito do tom de descrença na voz do chibi, mas obedeceu, quase que prontamente, a ordem silenciosa de sentar-se. Observou o menor caminhar a passos lentos até si, um sorriso provocativo naqueles belos lábios e um olhar predatório que lhe causavam arrepios e umas pequenas fisgadas no baixo ventre. Viu-o chegar cada vez mais perto até parar bem a sua frente, só um pouco fora do alcance de suas mãos.

__ Você gosta? Gosta do que vê? –Aya pergunta sensualmente, fazendo questão de olhar nos olhos do mais velho.
__ .......
__ Posso entender isso como um ‘sim’? Ou é um ‘não’? –pergunta com a voz levemente rouca e coloca um o polegar na boca, mordendo-o como se estivesse inseguro, enquanto põe sua outra mão na coxa direita, subindo-a e se arranhando levemente, sorrindo satisfeito por dentro ao ver como o outro estava ofegante com aquele simples ato.

__ S-sim... e-eu gosto muito! –passa a língua pelos lábios ressequidos acompanhando com o olhar a mão que subia pela coxa do pequeno.

__ Que bom! –e fingi soltar um suspiro aliviado, passando a mão lentamente pelo pescoço. Gostando de ouvir o pequeno gemido que o maior deu. Ao que parecia seu plano estava dando certo!

Devagar leva a mão a ponta da trança, trazendo-a pra frente e começando a soltar seus cabelos, notando como Kippei acompanhava cada movimento que fazia. Após terminar joga os cabelos para trás deixando-os nas costas, descendo uma mão pelo pescoço enquanto a outra entrava lentamente por baixo de sua camiseta.

Sem nunca deixar de olhar Kippei nos olhos, morde levemente o lábio inferior quando sua mão chega até seu mamilo e o circula com a ponta dos dedos para depois aperta, ofegando não só com a sensação que sentiu, mas também com o olhar cheio de desejo que recebia.

Não conseguia deixar de olhar Aya (e nem queria!), viu-o ofegar enquanto se acariciava aquilo o excitando mais que tudo, porém para sua tristeza o chibi parou o que fazia. Involuntariamente deixou um muxoxo de reclamação escapar, o que fez o outro sorrir satisfeito.

Gostando do efeito que estava causando no mais velho, levou suas duas mãos à beira da camiseta, começando a subi-la lentamente, vendo como Kippei ofegava e passava a língua pelos lábios a cada vez que levantava a roupa e se deixava mais exposto. Logo terminou de tirar a peça, jogando-a no chão e parando para que o outro o admirasse, satisfeito com o estado em que o maior se encontrava.

Ficou mais próximo à cama, apoiando seu pé nela para que pudesse desamarrar seu tênis, tudo sendo feito de modo a deixar suas pernas bem à mostra. Tendo total consciência de que estava sendo devorado pelos olhos de Kippei, tirou o tênis e a meia, logo fazendo o mesmo com o outro pé e deixando o maior exasperado com sua lentidão e extasiado com a visão que tinha de si.

Sentia seu membro pulsar dolorosamente, a calça ficando a cada instante mais apertada, a boca seca e o coração descompassado tamanha a intensidade das emoções que estava sentindo. Ver o chibi sem camisa havia sido maravilhoso, mas vê-lo o provocando, deixando aquelas coxas branquinhas, e tentadoras, à mostra provara ser uma visão dos deuses. E aquela aura de sedução e pecado?! Aquilo só aumentava sua vontade de agarrar o pequeno, jogá-lo na cama e o possuir de forma selvagem!!

Estava se sentindo muito tentado a fazer o que se passava por sua mente quando viu o menor voltar a ficar em pé à sua frente, aquele sorriso provocante bem como o olhar predatório de volta. Isso o atiçou ainda mais, tanto que sem que notasse já estava se tocando por sobre a calça. Viu o outro sorrir safado ante aquele ato e mordendo o lábio inferior levar as mãos às costas e o som característico de um zíper sendo aberto ser ouvido.

Adorou ver que o outro estava tão necessitado de alivio que já se tocava, fora que o volume que percebia entre as pernas daquele o instigava há apressar um pouco as coisas, afinal também estava cheio de desejo, e pensando assim abriu o zíper da saia, deixando-a ir ao chão.

Observou aquela peça que ainda cobria aquele belo corpo cair lentamente, a visão que teve sendo a mais excitante daquela noite. Divino, essa era a melhor palavra para descrever o corpo do chibi! A pele branca, perfeita, sem músculos aparentes, o que o deixava, exatamente, na linha entre homem e mulher; mas o que, de fato, lhe chamou a atenção foi o volume na boxer negra que o outro usava.

Tendo esse pecado a sua frente não resistiu e num impulso se inclinou para frente, a fim de puxar o menor para si, no entanto antes que conseguisse fazê-lo sentiu o pequeno segurar seus pulsos, o impedindo e fazendo-o sentar-se novamente.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Angelic



Angelic

Quem visse aquela casa durante o dia diria que era abandonada. As janelas sempre fechadas, a porta trancada e o mato alto que crescia em volta fariam qualquer um deduzir que ninguém morava ali. Porém à noite esta mesma casa se encontrava com todas suas janelas bem abertas, a brisa noturna balançando as cortinas que havia em algumas. Nela habitavam dois irmãos que trabalhavam o dia inteiro na mansão de um dos vários nobres que viviam naquela pequena cidade.

O mais velho tinha 17 anos, os cabelos curtos de um tom tão claro que pareciam brancos, a pele clara, e belos e gentis olhos azuis. Chamava-se Kaiel e era aprendiz de jardineiro na mansão do Duque Leon. O mais novo tinha 13 anos, os cabelos, que iam até os ombros, eram brancos, a pele também clara e possuía os mesmos olhos do irmão. Chamava-se Asriel e fora contratado para fazer companhia aos filhos do duque.

Viviam sozinhos naquela pequena casa, que possuía um único quarto, desde que para lá se mudaram há seis meses. As pessoas que os conheciam chamavam-nos de ‘anjos’, pois estavam sempre dispostos a ajudar quem precisasse. Eles, no entanto, procuravam não ligar para o que os outros pensavam deles, pois tinham consciência que se estas mesmas pessoas os vissem a noite os tachariam de pervertidos, depravados, imorais e várias outras coisas.

O motivo? Eles nunca usavam roupas quando estavam em casa. Gostavam de sentir o vento noturno (que trazia os aromas de madeira, terra úmida e vida que vinha da floresta a volta da casa) a refrescar-lhes o corpo e o brilho da lua, majestosa no céu, a iluminar-los, tocando seus corpos com sua luz.

Eram assim desde pequenos e nada nem ninguém os faria mudar. Tanto eram assim que nem mesmo com a baixa temperatura que fazia durante o inverno se agasalhavam, a única coisa que faziam era colocar algum pedaço de tecido na cintura, nada mais!

Em uma noite tranqüila, no final do verão, encontramos Kaiel sentado próximo a uma janela, admirando a lua, quando Asriel entra no cômodo, porém algo ali estava errado, afinal o pequeno estava completamente envolto em um lençol, apenas deixando a cabeça de fora.

__ As... o que houve?! –pergunta Kaiel preocupado.
__ Maninho... eu acho que estou doente. –responde em tom choroso andando hesitante em direção ao irmão.

__ O que você está sentindo? Dói em algum lugar? –pergunta ainda mais preocupado, segurando o irmão pelos ombros e fazendo-o sentar na cadeira em que antes estava.

__ Hum-hum... não dói... mas incomoda! –fala Asriel.

__ E o que está incomodando? Deixe-me ver. –pede Kaiel se ajoelhando na frente de As. Vendo este balançando a cabeça que não e a abaixando, fica ainda mais preocupado, afinal seu irmãozinho nunca foi de ter vergonha com ele.

__ As... pode confiar em mim! Vamos deixe eu ver o que é... talvez possa ajudar. –pede segurando o queixo do irmão fazendo-o olhar em seus olhos. _Não precisa ter medo. –completa com um sorriso.

__ T-tá. –responde hesitante o pequeno se levantando e deixando o lençol que o cobria cair no chão.

No primeiro momento Kaiel não notou qual era o problema de seu irmão, mas conforme seu olhar descia pelo corpo a sua frente percebeu o que tanto afligia As e não conseguiu conter o pequeno sorriso que se formou em seus lábios ao entender o porquê do pequeno estar tão assustado.

__ Eu acordei assim... maninho, o que isso significa? –pergunta com os olhos marejados voltando a se sentar.

__ Acredite As, não há nada de errado com você! Isso é normal na sua idade, eu também passei por isso. –fala calmamente ficando em pé e abraçando o irmão, enquanto afagava seus cabelos com carinho.

__ Também passou? E o que é isso maninho? –pergunta curioso levantando o rosto para olhar Kai.

­­­­__ Isso é um sinal de que você está se tornando um homem! Eu também fiquei muito confuso quando cheguei nessa fase! Você, agora, está entre a infância e a vida adulta, provavelmente vai ficar com muitas dúvidas daqui pra frente, mas pode ter certeza de que eu o ajudarei! –fala se soltando um pouco de As, mas ainda afagando seus cabelos e sorrindo para tranqüilizá-lo.

__ Sim! Mas... maninho... será que... você poderia me ajudar com isso? –pergunta com o rosto corado apontando para a leve ereção que possuía. __ Eu não sei o que tenho que fazer. –completa timidamente.

Kaiel, então, se ajoelha novamente na frente de As, vendo o menor o olhar curioso. Calmamente coloca sua mão no membro deste e o envolve. Percebendo que As ficou tenso com o toque diz:
__ Calma, não vai doer nada. Eu vou ajudá-lo. Agora relaxe, sim?

Asriel, ainda estava um pouco surpreso com os gestos do irmão, mas decidido a confiar nele relaxou seu corpo, podendo assim notar que a sensação da mão de Kai em si não era ruim, ao contrário era muito boa.

Aos poucos seu irmão começou a movimentar a mão para cima e para baixo, fazendo-o soltar um pequeno gemido. Assustado põe as mãos sobre a boca tentando abafar os sons que estava fazendo, porém a mão sobre seu membro aumentou a velocidade, aumentando assim também a sensação de prazer que sentia, fazendo sua respiração ficar pesada e ele ter que abrir a boca para inspirar mais ar e conseqüentemente deixando seus gemidos escaparem.

Notando que As estava mais relaxado e que estava gostando do que fazia, resolveu fazer algo que lhe passou pela mente. Tinha certeza de que assustaria o outro, mas a vontade de fazer era maior! Sem parar de tocá-lo aproxima seu rosto do membro do irmão colocando a ponta na boca e passando a língua por ela.

__ Kai!! –grita num misto de susto e prazer.

__ Calma, eu disse que não vou machucá-lo. Confie em mim As! –fala com a voz baixa olhando nos olhos do menor, tentando acalmá-lo.

__ Mas...!

__ Relaxe, sim? Deixe tudo por minha conta.

Vendo no olhar do irmão que este dizia a verdade, relaxa o corpo novamente e com o olhar atento, o vê aproximando lentamente a boca de seu membro, abocanhando-o, tomando-o. Instintivamente coloca suas mãos sobre os ombros do maior, jogando sua cabeça para trás, gemendo baixinho o nome daquele.

Sorriu ao perceber que dessa vez o pequeno não o havia interrompido e até tinha gemido seu nome! Querendo ouvir mais daquela doce voz que o outro tinha gemendo, colocou o pênis deste inteiramente na boca sentindo o gosto do irmão e o ouvindo gemer ainda mais alto, enquanto suas mãos iam para seu cabelo, puxando um pouco, causando arrepios no mais velho. Começou então a movimentar-se, imitando com a boca o que antes havia feito com as mãos.

Estava ficando difícil pensar! Seja o que for que Kai estava fazendo consigo, era muito bom e o fazia perder a noção de tudo e gemer cada vez mais alto. Um calor parecia se espalhar por seu corpo a partir de onde estava a boca do maior.

Percebendo que logo As gozaria, aumentou a velocidade colocando sua mão na base do pênis deste massageando ali, assim aumentando o prazer do outro. Em pouco tempo sentiu a mão de As puxando seus cabelos com força e o pequeno soltando sua semente dentro de sua boca.

Engoliu todo o sêmen do irmão e ergueu a cabeça para ver uma cena quase divina! As estava com a cabeça jogada para trás, o rosto corado, os olhos fechados e um lindo sorriso na face. Não resistiu a vontade de sentir o gosto dos lábios daquele e delicadamente encostou os seus sobre os do irmão.

Estava cansado! Não sabia o nome do que havia sentido, mas naquele momento se sentiu no paraíso. Como aquilo havia sido bom! Assustou-se um pouco ao sentir os lábios de Kai sobre os seus, mas logo se acalmou.

Sabia que ele nunca faria nada que o machucasse, mas precisava respirar e entreabriu um pouco a boca para isso, porém no instante seguinte o que sentiu foi a língua de Kai encontrando com a sua, a provocando. Acabou por corresponder o beijo, encostando timidamente sua língua na do mais velho.

Surpreendeu-se quando As correspondeu seu beijo, mas não perdeu tempo com isso! Estava mais interessado em explorar aquela boca pequena que tinha um gosto tão bom. Ficaram se beijando até que tiveram que se separar por falta de ar.

Afastou-se do outro para olhar melhor para seu rosto, sorriu ao ver que ele ainda estava de olhos fechados, como se estivesse gravando o que sentiu. Foi somente então que percebeu, de fato, como seu corpo estava. Com vergonha, se afastou mais de As e virou de costas para que ele não visse o estado em que seu corpo se encontrava.

Estranhou quando sentiu que subitamente Kai havia se afastado de si e abriu os olhos vendo o outro de costas para si, de frente para a porta do quarto. Levantou-se e foi até ele o abraçando pela cintura como sempre fazia quando sentia que ele estava preocupado. No entanto mal havia o abraçado e foi repelido.

Surpreso com aquela atitude ficou de frente para o irmão para saber por que havia sido afastado. Notou quando Kai desviou o rosto e fez menção de virar-se novamente, mas antes que pudesse fazê-lo As entendeu porque tinha sido quase empurrado. Seu irmão estava com o membro ereto e provavelmente estava com vergonha que o visse daquele jeito.

Sorrindo segurou-o firmemente pelo pulso e o fez sentar-se na cadeira que antes ocupava. Um pouco hesitante decidiu fazer o mesmo que Kai havia feito antes consigo e timidamente segurou o membro do mais velho começando a movimentar a mão para cima e para baixo, notando que rapidamente aquele gemeu e jogou a cabeça para trás.

Estimulado pela reação do irmão, aumentou a velocidade do que fazia, ouvindo-o praticamente gritar seu nome! Surpreso e ao mesmo tempo satisfeito pelo efeito que estava causando, resolveu imitar novamente Kai e devagar colocou o pênis do irmão na boca.

Estranhou o gosto no começo, mas logo se acostumou e não pôde evitar sorrir ao ouvir o outro gemer seu nome alto quando começou a movimentar a cabeça para cima e para baixo, em um lento vai-vem.

Estava fascinado e extasiado pelo fato de As ter aprendido tão rápido como agir naquela situação. Não conseguia se conter e gemia sem pudor enquanto sentia a língua do pequeno passando por seu membro. Rapidamente levou a mão aos cabelos deste e puxou-os levemente.

Sentiu que seu irmão estava aumentado o ritmo do que fazia e logo estava acariciando o próprio corpo enquanto As o estimulava cada vez mais rápido. Percebendo que logo gozaria tentou afastar o menor, mas este resistiu começando a acariciar seus testículos, aumentando assim seu prazer e fazendo com que despejasse sua semente na boca do pequeno.

Assustou-se quando sentiu Kai gozando em sua boca, apesar de ter um gosto ‘incomum’ engoliu tudo para depois se levantar e ver como o maior parecia feliz e completamente entregue. Sem pensar duas vezes abraçou o irmão se sentando no colo deste e escondendo o rosto na curva do pescoço dele.

Sentia um calor gostoso no peito ao ver Kai daquele jeito. Não sabia o porquê, mas sentia que não importava o que acontecesse os dois ficaram sempre juntos. Aos poucos foi relaxando até que adormeceu nos braços do irmão.

Ainda se encontrava meio anestesiado pelo efeito do orgasmo quando sentiu As o abraçar e sentar-se em seu colo. Tinha uma vaga noção de que o que haviam feito era errado, porém a única coisa que lhe importava naquele momento era o garotinho que agora se encontrava adormecido em seu colo.

Com muito cuidado ergueu-se levando As consigo até o quarto, deitando-o logo na cama e se juntando a ele, cobrindo-os com um lençol. Ficou admirando o rosto do irmão dormindo até que o sono o venceu e dormiu abraçando o pequeno gentilmente, num ato que poderia ser entendido tanto com proteção quanto como possessão, como se dissesse que ele era somente seu e de ninguém mais.

E quem olhasse pela janela do quarto naquele momento veria uma cena maravilhosa, pois dois anjos dormiam tranquilamente abraçados, mostrando o que com certeza seria o inicio de um grande e belo Amor.